Oxumaré
Oxumaré é o Orixá de todos os movimentos,
de todos os ciclos. Se um dia Oxumaré perder as suas forças o mundo acabará,
porque o universo é dinâmico e a Terra também se encontra em constante
movimento. Imagine o Planeta Terra sem o movimento de rotação; imagine uma
estação do ano permanente, uma noite permanente, um dia permanente. É preciso
que a Terra não deixe de se movimentar, que após o dia venha a noite, que as
estações do ano se alterem, que o vapor das águas suba aos céus e caia
novamente sobre a Terra em forma de chuva. Oxumaré não pode ser esquecido, pois
o fim dos ciclos é o fim do mundo. Oxumaré mora no céu e vem à Terra
visitar-nos através do arco-íris. Ele é uma grande cobra que envolve a Terra e
o céu e assegura a unidade e a renovação do universo.
Filho de Nanã, Oxumaré é originário de
Mahi, no antigo Daomé, onde é conhecido como Dan. Na região de Ifé é chamado de
Ajé Sàlugá, aquele que proporciona a riqueza aos homens. Dizem que Oxumaré
seria homem e mulher, mas, na verdade, este é mais um ciclo que ele representa:
o ciclo da vida, pois da junção entre masculino e feminino é que a vida se
perpetua.
Oxumaré é um Orixá masculino. Oxumaré é um
deus ambíguo, duplo, que pertence à água e à terra, que é macho e fêmea. Ele
exprime a união dos opostos, que se atraem e proporcionam a manutenção do
universo e da vida. Sintetiza a duplicidade de todo o ser: mortal (no corpo) e
imortal (no espírito). Oxumaré mostra a necessidade do movimento da
transformação.
Características dos filhos
de Oxumaré
São pessoas que tendem à renovação e à
mudança. Periodicamente mudam tudo na sua vida (de maneira radical): mudam de
casa, de amigos, de religião, de emprego; vivem rompendo com o passado e na
busca de novas alternativas para o futuro, para cumprir o seu ciclo de vida:
mutável, incerto, de substituições constantes. São pessoas magras. Como as
cobras possuem olhos atentos, salientes, difíceis de encarar.
São pessoas que se prendem a valores
materiais e adoram ostentar as suas riquezas.
São orgulhosas, exibicionistas, mas também
generosas e desprendidas quando se trata de ajudar alguém.Extremamente activas
e ágeis, estão sempre em movimento e acção, não podem parar.
São pessoas pacientes e obstinadas na luta
pelos seus objectivos e não medem sacrifícios para alcançá-los.
A dualidade do Orixá também se manifesta
nos seus filhos, principalmente no que se refere às guinadas que dão nas suas
vidas, que chegam a ser de 180 graus, indo de um extremo ao outro sem a menor
dificuldade. Mudam de repente da água para o vinho, assim como Oxumaré, o Orixá
do Movimento.
Dia da semana: Terça-feira
Cores: Amarelo e Verde (ou Preto) e Todas as
Cores do Arco Íris
Saudação: Aruboboi!
Elementos: Ar (Céu) e Terra
Domínio: Riqueza, Vida Longa, Ciclos e Movimentos
Constantes
Símbolos: Serpente, Arco Íris
Fonte: candomble.wordpress.com
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